Foto: Ascom
Com o objetivo de tornar o tema da contabilidade mais acessível à comunidade, um grupo universitário criou uma peça no formato de Teatro Fórum para dialogar com idosos sobre finanças, direitos e cidadania. Intitulada “Educação Financeira para Idosos: Vozes em Cena”, a apresentação acontece na próxima terça-feira (10), às 9h30, na Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati), da Universidade Estadual do Piauí (Uespi).
O projeto é idealizado pelo estudante de Ciências Contábeis Guilherme Almeida, sob orientação do professor Dr. Josimar Alcântara. A iniciativa utiliza técnicas do Teatro do Oprimido, criado por Augusto Boal, para desenvolver ações educativas voltadas ao público idoso. Trata-se de uma experiência inédita no país, em que não atores — futuros profissionais da contabilidade — formam um grupo teatral com foco em temas financeiros, buscando democratizar o conhecimento por meio da arte e da escuta ativa.
Segundo Guilherme Almeida, que também dirige a peça, a proposta nasceu na disciplina Atividade Curricular de Extensão (ACE), cujo objetivo é aproximar o saber acadêmico das realidades sociais. A partir desse desafio, os estudantes buscaram formas inovadoras de compartilhar conteúdos contábeis com a comunidade e encontraram no Teatro Fórum uma linguagem poderosa para esse diálogo.
No Teatro Fórum — vertente do Teatro do Oprimido em que o público é convidado a intervir nas cenas e propor soluções — os estudantes encenam situações baseadas em histórias reais de idosos, abordando conflitos financeiros, direitos e cidadania. A plateia é convidada a refletir, sugerir saídas e, muitas vezes, subir ao palco para modificar o rumo da história.
Mais do que uma encenação, o projeto se configura como uma ação pedagógica e social, que leva a contabilidade para além da sala de aula e a transforma em ferramenta de empoderamento popular.
A proposta também desafia o modelo tradicional de formação acadêmica ao incentivar o uso de linguagens criativas e sensíveis na comunicação com diferentes públicos. Os estudantes participam de oficinas de improvisação, escuta e expressão, baseadas na pedagogia de Boal, e atuam em parceria com instituições que atendem à população idosa.